Com apoio das secretarias de Meio Ambiente e coordenadorias de Defesa Civil nos municípios, força tarefa avalia impactos e elabora planejamento tático operacional

Como muitos banhistas já puderam perceber, novas manchas de óleo vêm aparecendo em praias do Nordeste brasileiro, incluindo o litoral sergipano. Uma força tarefa formada pela Superintendência Estadual de Proteção e Defesa Civil (Supdec), Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) e Ibama já atua em Sergipe para avaliar o cenário, entender as características deste novo evento e identificar a demanda operacional para resposta. As praias da capital e quatro praias do litoral sul já têm confirmada a presença de vestígios de óleo, bem como as praias do litoral norte – em quantidade moderada. Até o momento, o evento apresenta proporção muito menor que o episódio de 2019, não afetando a balneabilidadade das praias, que permanecem próprias para banho.

Em relatório de fiscalização das praias do litoral sul, a Adema aponta que foram identificados vestígios de óleo em pouca quantidade nas praias do Abaís e Caueira; em toda faixa de preamar da praia das Dunas; e em grande quantidade na praia do Saco. Na Ponta do Saco não foram encontradas manchas de óleo, e na praia do Coqueirinho não foi possível realizar o monitoramento no dia da diligência, devido ao aumento da maré. Até o momento, também não foram encontrados animais atingidos pelo material oleoso em nenhuma dessas praias.

As praias da capital também foram atingidas, segundo a secretaria Municipal de Meio Ambiente de Aracaju (Sema). “O óleo está chegando nos 23 km da nossa costa nossa, mas está se concentrando mais da praia da Cinelândia até o viral, especificamente. A região da praia dos Náufragos e Mosqueiro foi a que vi com maior incidência de óleo. Mas como está chegando em todas as praias, a gente vai precisar fazer limpeza em toda a costa”, disse o coordenador de Geoinformação da Sema, Roberto Pacheco.

No litoral norte, também apareceram vestígios de óleo nas praias dos municípios de Barra dos Coqueiros, Pirambu, Japaratuba e Brejo Grande. Não foram encontrados grandes volumes, mas o detalhamento da situação está sendo levantado pelos órgãos competentes.

Para estabelecer ações coordenadas, a Defesa Civil Estadual, a Adema e o Ibama estabeleceram um Sistema de Comando de Incidentes. “Como é um evento gradual, reuniões semanais estão sendo realizadas para acompanhamento e elaboração de um planejamento estratégico e tático operacional para destinação final desse material que está sendo coletado nos municípios”, afirma o cel. Luciano Queiroz, superintendente da Defesa Civil Estadual. As ações também contam com a cooperação de empresas parceiras, como Petrobras, Celse e Transpetro; além das secretarias Municipais de Meio Ambiente de toda a faixa litorânea, que têm atuado de forma direta no monitoramento das praias e verificação dos resíduos, juntamente com as coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil.

Pontos de armazenamento temporário e coleta dos resíduos de óleo estão sendo definidos, segundo o major Alysson Carvalho, superintendente adjunto da Defesa Civil Estadual. “Para que não haja novos prejuízos para o meio ambiente, estamos providenciando essa destinação final, entrando em contato com empresas parceiras que tenham interesse no uso desse material. Faremos o encaminhamento em transporte adequado, por se tratar de um produto perigoso”, afirma o major Alysson.

 

 

Como proceder?
O presidente da Adema, Gilvan Dias, alerta a população para os cuidados que devem ser adotados com o material. “O cidadão que encontrar alguma mancha de óleo nas praias deve entrar em contato com a secretaria de Meio Ambiente ou coordenadoria de Defesa Civil do seu município e informar a ocorrência, para que seja adotada a devida providência em relação à coleta e destinação adequada do material. É importante que evite ter contato direto com os resíduos e não recolha o óleo sem equipamento apropriado. Se houver esse contato, a pessoa deve higienizar a área com gelo e óleo de cozinha e, em caso de ingestão ou reação alérgica, procurar uma Unidade Básica de Saúde”, recomenda Gilvan.

Em cartilha elaborada pelo Ibama, outras orientações são passadas para o caso de o cidadão encontrar animais contaminados. É preciso evitar o contato direto com o produto, e proteger o animal do sol. O Ibama orienta, ainda, que o animal contaminado não seja devolvido ao mar e que o cidadão acione o Programa de Monitoramento de Praias das Bacias de Sergipe-Alagoas (PRMEA), através do telefone 0800 079 3434.

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