Os casos de dengue cresceram 1.593% entre os meses de janeiro e setembro deste ano, na capital sergipana, quando comparado com o mesmo período em 2021, segundo dados da Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Além do aumento significativo no número de casos confirmados, uma variante do vírus, que circulava na capital em 2008, voltou a aparecer nas amostras, em 2022, justamente nos casos em que os quadros de infecção foram mais severos, conforme detectou o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
A volta da variante pode ter sido um dos principais fatores no aumento do número de casos das doenças provocadas pelo mosquito Aedes Aedgypti, uma vez que a população entre 10 e 20 anos ainda não havia sido infectada por essa variante e, por isso, não desenvolveu anticorpos.
Ainda segundo a SMS, o período atípico vivido pela cidade em 2022, com muita chuva ao longo dos meses, intercalada por dias de sol e altas temperaturas, também pode ter sido um dos motivos que levou ao crescimento. Neste ano, até o momento, foram registradas 1.949 notificações de dengue, 611 de chikungunya e 23 casos de zika.
Os índices chamam atenção para a necessidade do controle da proliferação do mosquito Aedes Aegypti em Aracaju. Para isso, é preciso comprometimento por parte também da população em seguir as orientações repassadas pela Saúde municipal, pois a ação individual refletirá no coletivo.
“As nossas ações estão sendo intensificadas na cidade, com mutirões acontecendo todos os sábados, de acordo com o índice de infestação nos bairros. O que é possível fazer, é controlar o inseto, uma vez que o mosquito é o vetor das três doenças: chikungunya, dengue e zika. Não existe outra forma de reduzir a notificação de casos, sem um trabalho muito bem feito de controle de vetor”, destaca o gerente do Programa Municipal de Combate ao Aedes Aegypti, Jeferson Santana.
Ainda conforme o gerente, o trabalho intenso e contínuo que vem sendo realizado nas ruas da cidade, acontece, principalmente, por meio dos agentes de endemias, que estão estrategicamente nos locais que são foco de infestação dos mosquitos e das doenças; além da realização das campanhas publicitárias em redes sociais, jornais e outras mídias, onde o objetivo é combater o problema.
Conforme o último o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), divulgado no último dia 20, nenhum bairro da capital está classificado como alto risco e houve uma redução de 35% do índice de infestação e, segundo o gerente do Programa, esse é um reflexo das ações desenvolvida pela Prefeitura. “No entanto, o trabalho de combate deve ser feito, também e principalmente, pela população. É muito importante que todos continuem atentos, pois estamos falando de um inseto que se multiplica de uma forma muito rápida. Não dá para baixar a guarda, então, a comunidade tem que continuar com o mesmo foco e objetivo, que é o controle dentro de suas residências”, enfatiza.
Equipes em ação
De acordo com Jeferson Santana, são desenvolvidas ações efetivamente direcionadas para os locais onde ocorrem os maiores índices da presença do mosquito e das doenças provocadas por ele. Além da visita dos agentes de endemias, a Prefeitura, por meio da SMS, também envia ao local o fumacê.
No entanto, é fundamental que a população desses bairros e regiões mantenham os cuidados, evitando descarte irregular de lixo, não deixando água limpa parada, para que os casos não voltem a ser registrados.
Atenção aos sintomas
Além do combate ao mosquito, o gerente do Programa salienta a importância de que todos fiquem atentos aos sintomas provocados pelas três doenças que podem ser transmitidas pelo mosquito, a fim de manter os cuidados necessários com a saúde individual, bem como fazer com que a SMS identifique, com maior exatidão, a propagação dessas doenças e, consequentemente, do Aedes na cidade, e possa estabelecer, regularmente, as medidas de prevenção nesses locais.
“A comunidade precisa ajudar a combater o mosquito, pois, como consequência, teremos menos transmissão. Estar atento e procurar atendimento médico, em caso suspeito de uma das doenças transmitidas pelo Aedes, é essencial, sobretudo para tratar devidamente e, também, para termos a notificação dos casos e, assim, direcionarmos ações de forma mais eficaz e efetiva”, pontua Jeferson.

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