A ex- companheira do advogado sergipano Roberto Caldas, ex- juiz e presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos, a sergipana Michella Marys Santana Pereira, e duas ex- empregadas da residência do casal, Giselle Resio Guimarães e Nalvina Pereira de Souza, fizeram quatorze denúncias contra o advogado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), em Brasília, cidade onde residem, por supostos crimes que configuram violência doméstica. Dez acusações foram encerradas pela justiça e pelo Ministério Público. As provas e as testemunhas apresentadas por Michella, também conhecida como Mima Marys, e pelas duas ex-empregadas, evidenciaram que as acusações são falsas.

O processo está em fase final. Estão prestes a serem jugadas pela justiça as últimas acusações de Michella contra Roberto por vias de fato, ameaça e tentativa de constrangimento ilegal e de Giselle Resio Guimarães por assédio sexual na justiça do trabalho, em segunda instância. Em primeira instância, a justiça negou totalmente o pedido de indenização de 200 mil reais, porque ficou provado que não houve assédio sexual.

Roberto Caldas explica que quando Michella expôs as acusações na imprensa, ele tentou se defender perante o Tribunal da Opinião Pública.

“Eu disse à imprensa que estava sendo chantageado e que se não dividisse meu patrimônio ao meio e desse mais R$ 12 milhões à Michella, seria processado. Ela queria R$ 1 milhão por ano de relacionamento. Também concedi algumas entrevistas, mas as pessoas já estavam com o juízo de valor formado. Afinal, eram três mulheres supostas vítimas dizendo que havia outras cinco para testemunhar que, entre outras coisas, eu teria ameaçado a minha ex-mulher de morte”, conta.

Denúncias vazias
Michella não passou por nenhum exame de corpo de delito. Apresentou alegação de um machucado no pé, mas sua versão acabou desmentida por imagens, que mostraram que a lesão teria acontecido durante uma viagem dela com os filhos em Orlando, na Flórida.

Outra prova que caiu por terra foram os áudios gravados por Michella durante seis anos, divulgados por ela à imprensa, que demonstrariam as supostas agressões. Os áudios na íntegra nunca foram anexados ao processo, para que pudessem ser submetidos a perícia. Roberto Caldas admitiu que “houve extrapolações verbais” — recíprocas —, mas negou agressões e argumentou que as gravações apresentadas foram recortadas e editadas.
O advogado também explica que uma das ex-funcionárias do casal iria confirmar uma suposta ameaça de morte que ele teria feito contra a ex-companheira. A ex-funcionária, também sergipana, foi convencida por Michella sob o argumento de que ele usaria de seu poder econômico para conseguir a guarda dos filhos. Diante do exposto, a ex-funcionária concordou em assinar um documento com o falso relato, mas desde que ele só fosse usado caso Caldas pleiteasse judicialmente a guarda dos filhos. “Mas ela se arrependeu ao ver seu nome ser citado em uma matéria do “Jornal Nacional”, da TV Globo, em que seu nome foi usado para me acusar”, diz Caldas. “Ela decidiu então revelar à Justiça que aquilo era mentira”, afirma Caldas. Em audiência, assim, a ex-funcionária acabou por se retratar.

Passado controverso
No começo do relacionamento com Roberto Caldas, Michella Marys alegava ter sido vítima de violência doméstica no primeiro casamento, em Maceió. Ela alegava que durante uma briga, o ex-marido, Claudiano Pessoa de Lima, teria atirado um caldeirão de água fervente contra ela e a filha, que estava em seu colo. Apenas a criança teria sido queimada e ela não, porque estaria usando uma roupa de napa. O processo revelou ter sido ao contrário. Quem se tornou ré em duas ações oferecidas pelo Ministério Público de Alagoas foi Michella. Pai e filha tiveram queimaduras consideradas gravíssimas, em 30% dos corpos. As fotos estão no processo. A Promotora de Justiça de Maceió, Dra. Miryã Tavares Pinto Cardoso Ferro, desprezou a versão de Michella e a denunciou nos dois processos, do ex-marido e da filha. Para completar, um parecer pericial apontou que ela foi quem jogou a água fervente no ex-marido e na filha, que tinha menos de um mês de vida à época. Michella acabou absolvida, por prescrição.

Relembre o caso
Em dezembro de 2017 foi declarado o fim da união estável entre Roberto e Michella. Após tentativas frustradas de obter vantagens financeiras com a separação, Michella ameaçou divulgar na imprensa acusações de violência doméstica. A primeira reportagem foi publicada na Revista Veja, no dia 11 maio de 2018. Nela, Roberto Caldas é acusado de violência física, psicológica e sexual, com base em declarações e gravações feitas por sua ex-companheira Michella Marys.

Os áudios, gravados durante seis anos pela ex-companheira de Roberto, foram editados e nem foram aceitos como prova no processo judicial. Na reportagem, Michella alega que Roberto a teria espancado e ameaçado de morte. Ao mesmo tempo, duas empregadas disseram que foram vítimas de assédio praticado pelo então patrão. Outras reportagens vieram na sequência como desdobramentos do caso. São exemplos disso outras matérias que relatam o encerramento da sociedade no escritório de advocacia e o afastamento de Caldas da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

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