
Por Habacuque Villacorte – Da Equipe Cinform OnLine
Desta vez a equipe do CINFORM ONLINE, conversou com o deputado federal Fábio Henrique (PDT). Na oportunidade ele responde a questionamentos sobre a política local e a política nacional. Fábio ratifica que o PDT terá uma alternativa para o País em 2022 que Ciro Gomes será pré-candidato a presidente da República novamente. Ele diz que, se Edvaldo Nogueira for candidato a governador, terá o apoio do PDT, e que espera por Rogério Carvalho (PT) e Fábio Mitidieri (PSD) no mesmo palanque na eleição do próximo ano. Confira a seguir, e na íntegra, esta entrevista exclusiva:
Iniciando a entrevista, vamos à pergunta que não quer calar: em 2022, em uma disputa eleitoral entre Fábio Mitidieri e Rogério Carvalho, em que palanque seu grupo estará?
FÁBIO HENRIQUE: Antes da política é importante frisar que nosso país atravessa uma crise sanitária gravíssima, com mais de 430 mil mortos pelo Covid; são 14 milhões de desempregados; com o Auxílio Emergencial que lutei para ser R$ 600,00 e hoje é de R$ 150,00, e que não supre a necessidades do povo; com a inconstância das vacinas; entre outras situações. Os políticos não deveriam discutir quem é candidato a cargo A ou B em 2022, com tantos problemas assim.
Mas para não dizer que estou fugindo da pergunta, no momento certo, que não é agora, esse debate será feito. O que espero é que meus dois amigos, Fábio e Rogério, estejam onde estão hoje, no mesmo palanque.
Alguns setores propagam uma aproximação do seu grupo político com o senador Rogério Carvalho, por conta de recentes nomeações em Brasília. Isso procede?
FÁBIO HENRIQUE: O senador Rogério Carvalho é um amigo, com quem temos conversado muito; mais sobre os projetos que tramitam na Câmara e no Senado, onde o PDT tem posturas parecidas como PT nas votações, do que política. Portanto, como já disse anteriormente, não há nenhuma definição, esse não é o momento. Em 2022, vamos
travar esse debate e estaremos no palanque que tiver as melhores propostas para o estado de Sergipe e espaço político para o nosso partido.
A aliança que você construiu em Socorro e em São Cristóvão com o PSD do governador Belivaldo Chagas está mantida?
FÁBIO HENRIQUE: As alianças em 2020 foram costuradas com meu amigo e colega deputado Fábio Mitidieri, que é do PSD. É claro e notório que a posição do governador Belivaldo Chagas foi contrária a nossa posição em Socorro e em São Cristóvão. Vamos fazer esse debate na hora certa e no momento oportuno, principalmente com os que possuem melhor proposta para Sergipe e que tenham o PDT como partido importante e aliado.
Você defende uma candidatura própria do PDT ao governo do Estado? Defende o nome de Edvaldo Nogueira? Por que?
FÁBIO HENRIQUE: Todo partido defende uma candidatura própria, porque fortalece o partido e ajuda na eleição para deputados estaduais e federais. Quanto ao prefeito Edvaldo Nogueira, eu avalio um grande quadro e um ótimo prefeito. Edvaldo tem colocado que não irá debater política nesse momento e acho que ele está correto, esse é o momento de ele cuidar de Aracaju e lutar contra a Pandemia. Se ele entender ou decidir disputar o Governo do Estado, terá todo apoio do partido.
Agora, analisando o processo eleitoral do ano passado, o que aconteceu para você ficar em terceiro lugar na disputa em Socorro? Havia uma expectativa pelo seu retorno ao comando do município. O que deu errado?
FÁBIO HENRIQUE: Primeiro tenho de agradecer à população de Nossa Senhora do Socorro. Tenho a consciência e o coração muito tranquilos, com a certeza que a eleição passou e que todo o Sergipe sabe o que aconteceu naquele processo eleitoral. Liderávamos todas as pesquisas até uma semana antes da eleição e os sergipanos sabem o que ocorreu, mas não gostaria de está falando sobre esse assunto porque está na esfera do Poder Judiciário. Temos de olhar para frente, sou muito grato aos socorrenses, continuarei ajudando ao meu município como deputado federal. Meu compromisso é com a minha cidade!
Ainda sobre Socorro, superada a eleição municipal, existe a possibilidade de uma aliança ou aproximação do grupo liderado pelo deputado estadual Samuel Carvalho? Vocês podem fazer uma “dobradinha” no município em 2022?
FÁBIO HENRIQUE: Como venho afirmando nessa nossa conversa, não parei para discutir sobre as eleições de 2022. Vamos analisar e tomar a nossa posição no momento oportuno. Tenho uma relação pessoal com o deputado Dr. Samuel Carvalho; mas fui muito agredido pelo grupo dele na campanha passada, inclusive com inverdades, e isso deixou sequelas. Mas a eleição passou e precisamos olhar o que é melhor para o município e para o Estado. Não discutimos sobre esse assunto, mas é possível se for o melhor para o nosso município.
E como você tem avaliado a continuidade da gestão do prefeito Padre Inaldo? O que dizer dos primeiros quatro meses da nova gestão? Mudou alguma coisa? Melhorou? Piorou? Qual a sua análise?
FÁBIO HENRIQUE: Qualquer avaliação que eu faça, vai parecer que é choro de derrotado! Ele foi eleito prefeito, não pela maioria da população e é importante destacar isso. O prefeito teve 27 mil votos e a oposição teve 55 mil, que mostra que a maioria
esmagadora de Nossa Senhora do Socorro não queria a continuidade da gestão. Infelizmente, a divisão da oposição e uma estratégia equivocada levou-o a vitória.
Torço para que ele faça uma boa gestão. E faço questão de ajudar ao município; mesmo sendo derrotado nas urnas, destinei mais de R$ 20 milhões para Nossa Senhora do Socorro, entre as emendas do ano passado e as desse ano. Eu estou aqui para ajudar ao meu município e torço para que o prefeito faça uma boa gestão.
Você pretende disputar a reeleição em 2022 ou é verdade que pode tentar uma cadeira na Assembleia Legislativa? Ou pretende apoiar alguém para estadual?
FÁBIO HENRIQUE: Com fé em Deus, eu disputarei a reeleição para deputado federal. O projeto já está definido pelo nosso grupo. Faço isso com tranquilidade porque entendo que tenho feito um bom mandato, defendido Sergipe nas bandeiras interesse do Estado – servidores públicos, trabalhadores urbanos e rurais, às categorias profissionais – não há um voto meu que tenha tirado direito de trabalhadores. Tenho tido posicionamento forte em todos os debates nacionais e por isso estarei colocando o nosso mandato para avaliação dos sergipanos. Apresentei mais de 20 projetos de lei que tramitam na Câmara, a exemplo do projeto que tornam hediondos os crimes praticados contra crianças e adolescentes. O mandato do deputado federal não é apenas para trazer emendas, que também é importante, mas é preciso saber como o deputado vota em Brasília, porque é de lá que saem as leis que mudam a vida do povo.
Um dos assuntos atuais é o voto impresso e o senhor já se posicionou favorável. Por que?
FÁBIO HENRIQUE: Ao contrário do que muita gente está pensando, o voto impresso não é para a pessoa imprimir e sair com ele no bolso, para mostrar em quem votou como era no passado. O voto impresso é, ao terminar de votar, a máquina imprime o seu voto para que você possa conferir se está correto com o que foi votado e o boleto fica depositado na urna para ser aberto pelo juiz eleitoral no caso de alguma dúvida. Somente o juiz eleitoral poderá abrir para uma conferência. Isso é transparência, não há mal nisso! Quantas vezes as pessoas dizem que digitou um candidato e a foto não apareceu? Ou que alguém votou no lugar daquela pessoa? Essa é uma forma de acabar todas as dúvidas. Independente do presidente Bolsonaro defender, sou favorável ao voto impresso.
E quanto ao cenário nacional? Há espaço para uma candidatura presidencial de Ciro Gomes em meio a essa polarização entre Jair Bolsonaro e Lula? O PDT tem força política para lançar e fortalecer essa 3ª via? Você apoia?
FÁBIO HENRIQUE: O PDT definiu que terá candidato para disputar a eleição presidencial e deverá ser o ex-ministro Ciro Gomes, que é um homem inteligente e muito preparado. Eu sou defensor que os partidos de centro-esquerda, que são partidos democráticos e populares, possam estar unidos no projeto político para derrotar o atual presidente. Não sei se será possível.
Qual a sua leitura sobre a CPI da Pandemia instalada em BSB? Acredita que era necessária ou acha que ela vai se perder por questões políticas? Acha que o presidente da República será responsabilizado ou inocentado?
FÁBIO HENRIQUE: Não posso adiantar o resultado da CPI porque não sei; mas os depoimentos, principalmente do responsável pela Pfizer no Brasil, deixaram claro que houve uma negligência do Governo Federal na compra de vacinas e no trato da
Pandemia. Só há uma forma de combater a Pandemia, que é com vacina no braço e comida no prato. O Governo Bolsonaro negligenciou nos dois! Ele passou um período sem Auxílio Emergencial, e diminuiu o valor do benefício e o número de pessoas que recebiam o Auxílio; infelizmente, com apoio de parte do Congresso, e negligenciou na compra da vacina. Milhares de vidas poderiam ter sido salvas se a vacinação estivesse começado antes, se não houvesse interrupções e fosse organizada. A CPI é necessária, o Brasil precisa saber o que está sendo feito. São mais de 430 mil mortes e alguém precisa ser responsabilizado.
E quanto ao entendimento que governadores e prefeitos devem ser investigados? Você concorda? Por que?
FÁBIO HENRIQUE: Por ser uma CPI do Senado, ela deve investigar todos os gastos com as verbas federais, inclusive os destinados para estados e municípios.
Concluindo a entrevista, dentre as suas ações em Brasília, qual delas você destacaria como a mais importante de seu mandato até agora? Por que?
FÁBIO HENRIQUE: O meu mandato é popular. Faço um mandato em defesa do Brasil e de Sergipe! Meu Estado é a minha maior bandeira. Tenho atuado em defesa dos trabalhadores rurais e urbanos, dos servidores públicos; de proteção para as pessoas mais carentes e sem ter dado um único voto que contrariasse os interesses da nossa população. Meu maior legado é representar bem o meu Estado, participando das lutas, dos debates e discussões; sou atualmente o vice-líder do meu partido e isso tem possibilitado participar de discussões importantes. Sobre emendas parlamentares, que não são as principais funções do deputado, são mais R$ 80 milhões destinados para o Estado de Sergipe e os nossos municípios.