Era para titular este editorial como “Ópera-bufa no Senado”. Mas, em respeito aos verdadeiros artistas, que protagonizam no teatro esse estilo um pouco ligado ao romantismo, tornou-se imperativo que fosse modificado.

Ocorre que, segundo a plataforma wikipedia “A ópera-bufa era de caráter ligeiro e burlesco, mantendo grande parte do efeito dramático, mas frequentemente se convertia em vulgar”.

Burlesco e vulgar não adjetivam corretamente o que se passa ali, no Senado da República. Aquela baixaria sistemática, com ampla e permanente cobertura midiática, oferece a performance pífia de atores de quinta categoria, com um roteiro de improvisações irresponsáveis, alimentando centenas de jornalistas que pinçam, heroicamente, no meio de tanta insensatez, algo que se aproveite como notícia séria, ou mesmo aproveitável.

A ópera-bufa, não! Esta é bastante diferente dessa desgraça que incomoda qualquer pessoa de bem que habite neste país. Suportar as caretas de Renan Calheiros, as mumunhas de Omar Aziz e as mungangas de Randolfe Rodrigues, os três, de repente, unidos pelo mesmo ideal hilário de moralizar a classe política do Brasil, esse horror remete a uma ilação psicopata para levar à loucura, de tanta indignação, qualquer cidadão de inteligência média.

No caldo desse lamaçal, resta ao povo, que amarga essa longa quarentena, apelar para os canais de filmes ou desligar os equipamentos de comunicação das suas casas.

Essa CPI, que deveria, além de fiscalizar as ações da União diante da pandemia, ver o que foi feitos dos muitos bilhões destinados a estados e municípios, estorce-se de desespero, com seus inquisidores fazendo caras e bocas para a televisão, na tentativa de enquadrar, única e exclusivamente, o presidente da república.

Na cena de Flávio x Renan, meus Deus! Que tragédia ¬ “Esse vagabundo não pode julgar um homem honesto” ¬ “Vagabundo é você”! Muita gente riu às gargalhadas, mais parecia uma pelada de fim de semana.

Realmente, a cena política deste Brasil jamais esteve tão vilipendiada por políticos tão ordinários, como se a sociedade precisasse pagar pelos seus erros repetitivos ao eleger tanta gente ruim de uma vez só.

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