Doença atinge mais de 30 milhões de brasileiros
“Com a pandemia, eles estão comendo diferente, com o sono desregulado, ingerindo alimentos mais calóricos e não estão fazendo atividades físicas. Além disso, há também o estresse, o sentimento de incerteza e a angústia de ficar o tempo todo dentro de casa”, explica a neurologista.
Crises durante o isolamento
A doula e educadora perinatal Laura Muller viu suas crises de cefaleia voltarem durante o isolamento social. “Tive muito problema de cefaleia na minha adolescência e no início da fase adulta fiz um tratamento com acupuntura e nunca mais tive. Não sou de reclamar de dor de cabeça, é muito difícil, mas este ano já tive várias crises de cefaleia, uma dor incômoda, impressionante”.
Laura conta que recorreu à aromaterapia e ao do-in (técnica de automassagem de origem oriental), para aliviar a dor. “Como a cefaleia é uma dor que acomete algumas grávidas e até puérperas, eu aprendi algumas técnicas de aromaterapia para dor de cabeça e do-in e apliquei em mim. Utilizei os óleos essenciais próprios para alívio de dor de cabeça e já ajudou bastante”.
Três ou mais dores de cabeça por mês
Quando um paciente apresenta três ou mais dores de cabeça por mês, durante três meses seguidos, é indispensável a procura por ajuda especializada. A campanha da Academia Brasileira de Neurologia também alerta sobre a contraindicação da automedicação, pois o uso constante e excessivo de analgésicos pode tornar crônica aquela dor que aparecia esporadicamente.
Apesar de não ter cura, contar com acompanhamento médico e cuidado adequado são ferramentas essenciais para melhorar a qualidade de vida de quem sofre com a doença. O tratamento preventivo é feito por uma combinação entre medicamentos e terapias não medicamentosas.
Os métodos alternativos podem auxiliar no alívio e na diminuição da frequência das crises. Célia recomenda, principalmente durante a quarentena, fazer meditação, alongamento, pegar quinze minutos de sol para ajudar a sincronizar o sono, procurar dormir nos horários habituais, alimentar-se de forma regrada, fazer atividade física regular e terapia cognitiva comportamental. “Tudo isso pode ajudar e evitar a piora do quadro”, recomenda a neurologista.
Por Ludmilla Souza – Agência Brasil – Edição: Pedro Ivo de Oliveira