
Confusão mental, hipersonia, fadiga intensa, incoerência, constipação importante e síndrome gripal. Filhos, netos ou cuidadores, devem ficar bastante atentos para estes sintomas da Covid-19 que podem aparecer idosos. Ele deve ser monitorado mesmo com sintomas leves, pois eles apresentam amenos e atípicos, mas podemos estar diante de doença grave ou com elevado potencial de agravamento. É o que orienta a médica geriatra Juliana Silva Santana Pereira.
“O idoso deve ser acompanhado ambulatorialmente (consultório/ teleconsulta ou domiciliar) ou no hospital se doença estiver mais grave.
Existem exames que conseguem predizer possibilidade de piora do quadro e medidas que podem ser tomadas para reduzir o risco desta evolução.
Lembramos que o idoso é o principal grupo de risco, portanto necessita de supervisão e monitoramento durante a doença e no pós Covid-19 ”, disse Dra Juliana.

Dra. Juliana Pereira
Uma das principais dúvidas é sobre a realização dos exames de rotina. Eles podem sair para se consultar? É arriscado? Dra Juliana aposta no bom senso. “O idoso não deve se descuidar, pois pode acabar complicando doenças pré- existentes, internando e morrendo por questões não Covid-19. Mas, também não precisa realizar exames que possam ficar para um momento posterior no julgamento de seu médico assistente.
Importante é o idoso continuar na supervisão e monitoramento médico e as prioridades serão por ele definidas”, comentou.
Atenção para esta dica da médica: a falta de exercício piora a performance física, predispondo a quedas de repetição, piorando dores crônicas, sintomas psíquicos e descompensando doenças metabólicas e cardiovasculares como diabetes mellitus e hipertensão arterial. Por isso, as atividades devem ser mantidas, com adaptações, seguindo cuidados e medidas de segurança, evitando aglomerações, mantendo uso de máscaras e o profissional deve estar devidamente protegido.
“Exercícios podem ser realizados em casa, sob uma orientação profissional, por exemplo. Caminhadas em ambientes arejados e horários mais adequados é outra alternativa. A falta de exercício físico inclusive piora imunidade e aumenta a vulnerabilidade do idoso em complicar por Covid-19 e piora sua capacidade de reabilitação’, alertou Dra Juliana.
SAÚDE MENTAL
Um dos principais desafios, comentou a geriatra, é o isolamento social. Não apenas por estarem afastados de seus entes queridos, mas também por perder a liberdade, a autonomia e a independência que são essenciais para a saúde mental dos idosos. Dra Juliana sugere que seja mantida uma socialização, mesmo que à distância, através de vídeos chamadas, telefonemas frequentes, sempre com comunicação positiva, falando do quanto são importantes e com palavras de fé e esperança.
“Estimular os idosos a manterem em casa uma rotina, com horários para todas as atividades de vida diária, estimulando auto cuidado, resgatando funções como afazeres domésticos, artesanato, jogos de tabuleiro, costura, marcenaria, horta e etc, conforme a predileção de cada um. Buscar aprender coisas novas com a internet ou com programas de TV que tenham esta proposta ou com o familiar que mora junto. Evitar contato com pessoas negativa , programas que estejam muito focados em passar informações de número de óbitos e casos, pois as tragédias mundiais influenciam no estado de humor do idoso”, finalizou.