*Por Evelyn Mateus

Envelhecer de forma saudável não significa apenas estar livre de doenças! Para a Organização Mundial de Saúde, os modelos de sistema de saúde que tem como foco curar doenças, devem ser substituídos pela atenção integrada e centrada nas necessidades dessa população. O mais importante nesse caso é a preservação das habilidades funcionais, a fim de manter a qualidade de vida da pessoa idosa.

Praticar atividades físicas, manter hábitos alimentares saudáveis, ter interação social de forma regular, preservar a autonomia e independência nas tarefas do dia a dia, ter contato e apoio familiar e manter o sono regulado, são as principais ações em prol da qualidade de vida do idoso.

Entretanto, o processo de envelhecimento está diretamente associado a diversas alterações funcionais e anatômicas que trazem consequências ao estado nutricional. Além das mudanças inerentes a esse processo, tais como, diminuição da função das papilas gustativas, atenuação da secreção salivar, distúrbio de sono, diminuição do ritmo intestinal e diminuição da sensibilidade à sede, também existem alguns aspectos sociais, de saúde e psicológicos, que ajudam a tornar essa população nutricionalmente vulnerável.

Fatores de risco para a desnutrição em idosos:

Aspectos sociais – baixa renda familiar, insegurança alimentar, isolamento social, entre outros.

Condições de saúde – doenças crônicas, disfagia, perda de dentes ou demais afecções bucais, incapacidade funcional e polifarmácia (utilização de quatro ou mais medicamentos de maneira contínua);

Alterações psicológicas – demência, depressão e apatia.

A desnutrição é uma condição agravante para a mortalidade de pessoas com mais de 60 anos. Por isso, é importante que familiares e cuidadores fiquem atentos a alguns sinais primordiais de uma nutrição insuficiente:

  • Diminuição da ingesta alimentar;
  • Roupas ficando largas e folgadas;
  • Perda de peso involuntária;
  • IMC < 22 kg/m²;
  • Circunferência da panturrilha < 31cm;
  • Diminuição da capacidade cognitiva que torna o idoso mais dependente ao realizar atividades simples do cotidiano.

Dessa forma, o acompanhamento com o profissional nutricionista é de suma importância para essa faixa etária, uma vez que se a avaliação for realizada de acordo com as necessidades individuais, poderá diagnosticar precocemente a desnutrição e reverter o quadro. Isso pode resultar em benefícios determinantes na qualidade de vida do idoso, como por exemplo, redução de complicações clínicas e diminuição da taxa de internações hospitalares, além de diminuir o risco de mortalidade.

*Evelyn Mateus – Nutricionista formada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Pós-Graduada em Nutrição Clínica e Esportiva pela FATELOS

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