A tireoide é uma pequena glândula, em forma de borboleta, localizada na parte anterior do pescoço que produz hormônios essenciais para o funcionamento do organismo em todas as etapas da vidas. Estes hormônios circulam em nosso sangue e “avisam” ao corpo como ele deve funcionar. Ela dá o ritmo ao nosso metabolismo, controlando o crescimento do corpo, influenciando as funções do coração, rins, fígado e cérebro, influenciando na fertilidade, ciclo menstrual, emocional, capacidade de concentração, memória e peso.

 Como muitos órgãos, a tireoide pode ser afetada por uma série de problemas que podem causar sintomas, incômodos e afetar a saúde em geral. As causas mais comuns de problemas pela tireoide alterada são geralmente de ordem congênita, resultado de medicamentos ou devido a transtornos autoimunes. No entanto, alguns hábitos nocivos podem prejudicar a produção equilibrada de hormônios, tornando a tireoide alterada, como o sedentarismo, o estresse e poucas horas de sono.

Drª Aline Pinho Carvalho, endocrinologista

 “Os principais problemas que podem ocorrer na tireoide são as alterações hormonais – o hiper e o hipotireoidismo – cujo diagnóstico é feito através de exames de sangue como TSH e T4 livre; os nódulos; o bócio; e o câncer de tireoide, cujo diagnóstico é realizado através do exame físico, associados ao ultrassom da tireoide e da punção da mesma. O hipertireoidismo apresenta sintomas como aceleração dos batimentos cardíacos, nervosismo, ansiedade, mãos trêmulas, intolerância a temperaturas quentes, perda de peso, queda de cabelo, entre outros”, explica a endocrinologista Drª Aline Pinho Carvalho.

 A especialista lembra que o tratamento do hipertireoidismo depende da causa subjacente, mas pode incluir medicamentos, terapia com iodo radioativo ou cirurgia para remover parte ou toda a tireoide. Já o tratamento do hipotireoidismo é feito com o uso diário de levotiroxina, na quantidade prescrita pelo médico. Dependendo do tamanho do bócio e da presença ou ausência de nódulos, o tratamento pode ser feito com medicamento, cirurgia ou iodo radioativo.

 Prevenção

De acordo com Drª Aline Pinho, a maior parte da população não sabe o que são os disruptores endócrinos, desconhecendo os efeitos que essas substâncias químicas presentes em produtos de largo consumo podem trazer ao funcionamento das glândulas endócrinas – inclusive a tireoide. O disruptor age dentro do sistema endócrino, podendo até interromper o próprio mecanismo hormonal. A suspeita é que eles possam causar distúrbios na síntese, secreção, transporte, ação ou na eliminação de hormônios.

“A lista desses desreguladores não para de crescer, estão presentes em inseticidas, detergentes, repelentes, desinfetantes, fragrâncias, solventes, retardantes de chama, colas, antiaderentes da construção civil ou mesmo em utensílios de cozinha. Cabe tentarmos manter a alimentação o mais saudável possível evitando produtos ultraprocessados, embalagens, plásticos e valorizar a máxima: para cuidar da tireoide procure descascar mais e desembalar menos. A suplementação com selênio e zinco pode auxiliar. Dica: o consumo de duas castanhas do Pará, consumir peixes e frutos do mar com regularidade”, orienta a médica.

É importante manter uma alimentação saudável evitando produtos ultraprocessados

câncer de tireoide

 A prevenção do câncer de tireoide envolve principalmente a identificação precoce de fatores de risco e o monitoramento regular da saúde da tireoide. Os sintomas do câncer de tireoide nem sempre são perceptíveis nos estágios iniciais, mas incluem nódulo ou inchaço no pescoço, dor na garganta, rouquidão prolongada, entre outros. Evitar exposições desnecessárias à radiação e manter uma dieta saudável são precauções adicionais que podem ajudar a reduzir o risco. É importante destacar que o diagnóstico de câncer de tireoide requer avaliação médica especializada.