
Com a chega do outono e inverno (de março a julho), período do ano que aumenta a incidência das doenças sazonais, o número de atendimentos na Pediatria praticamente dobra, com semanas que podem até triplicar. Segundo a pediatra Bianca Xavier Costa, neste período aumenta também o número de pacientes mais graves, que exigem mais atenção da equipe médica e de enfermagem durante o atendimento.
“São pacientes que acabam demandando recursos mais avançados, inclusive de terapia intensiva, quando necessitam de uma ventilação mecânica para respirar, ou recursos que melhorem sua respiração, o fluxo de oxigênio mais alto, como chamamos, e algumas sequências de aerossol, de nebulização. São mais comuns neste período as doenças de transmissão respiratória e de contato, além da Covid-19, que também tem casos na Pediatria”, disse.
Dra Bianca Xavier Costa
“Doenças sazonais como as bronquiolites, crises asmáticas induzidas por vírus, como o influenza, que é um vírus muito comum, as pneumonias também são bastante presentes. Em geral, os sintomas dessas doenças são muito parecidos. As crianças começam com quadro respiratório “alto”, aquele quadro que vem com tosse, febre, coriza, o nariz entupido, e aí depois de alguns dias desse jeito eles começam a cansar. Os pacientes mais graves chegam com um cansaço importante e uma insuficiência respiratória”, explica Dra Bianca.
Todas essas doenças podem ser prevenidas através das medidas de higiene. A pediatra lembra como é importante não compartilhar objetos pessoais, higienizar as mãos e manter o distanciamento social. “Esse foi um fator importante, principalmente no ano passado, quando ouve uma restrição maior da circulação de pessoas. Esse ano a gente já nota um incremento importante do número de atendimentos, apesar das crianças ainda não terem voltado para escola. O uso da máscara também previne essas doenças”, disse.
De acordo com a especialista, boa parte das crianças desenvolvem quadros respiratórios leves, como um resfriado ou uma gripe leve. “As doenças respiratórias na infância, a grande maioria delas, tem um curso benigno, ou seja, elas tem uma cura espontânea, atrelada ao próprio sistema imunológico do paciente , mas crianças que são desnutridas, crianças que tem algum defeito da imunidade congênita, que tem alguma doença crônica, os prematuros, enfim, são crianças que podem ter desfecho mais grave”, conclui.