
Possivelmente preocupado com a inédita baixa popularidade, o governo do presidente Lula (PT) parece agora completamente determinado a conseguir sua reeleição na disputa presidencial em 2026, ao ponto de algumas de suas medidas e posicionamentos estarem completamente politizados. A impressão é que o petista já estaria “jogando a toalha” para o desejo de encontrar soluções administrativas para a sua gestão, que é bastante contestada, e já busca medidas políticas para pressionar seus principais adversários.
De olho na sucessão em 2026 o governo Lula já percebeu que o setor do Agronegócio – extremamente fundamental para o equilíbrio da economia nacional – tem outras “preferências” em relação ao petista para comandar o País, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União); e até o cantor e empresário Gusttavo Lima, que não tem filiação partidária, mas que já demonstrou interesse em disputar a eleição presidencial. Todos têm “maior afinidade” com o Agro que Lula…
Nos últimos dias soou como uma “bomba” a suspensão de linhas de crédito subsidiadas do Plano Safra 2024/2025. Sem respaldo popular e diante da repercussão negativa que a medida causou, o governo Lula correu para anunciar uma medida provisória emergencial, de aproximadamente R$ 4 bilhões, abrindo crédito extraordinário para cobrir as linhas suspensas. Para tentar justificar, o governo tentou responsabilizar o Congresso Nacional, alegando que a LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2025 ainda não foi aprovada.
O problema é que enquanto o governo Lula não consegue se articular politicamente e “costurar” entendimentos junto ao Congresso, a “solução” parece ter sido pressionar o Agronegócio, numa medida inconsequente, ainda mais para quem se comunica mal, e que só ameaça os investimentos dos produtores e que transfere a “conta” para todos nós, povo brasileiro, que já estamos sofrendo com a inflação dos alimentos. Quem produz e gera emprego e renda, diante desta “instabilidade” recua sobre investimentos, reduz a produtividade e o impacto vem todos nas prateleiras, com preços caros!
Alguns especialistas temem que o impasse criado pelo governo, que não consegue se entender com o Congresso Nacional, pode afetar, inclusive, a competitividade do setor agropecuário no mercado internacional. Não precisa ser especialista em economia ou em políticas do Agro, para entender que sem o crédito necessário para o Setor, e a consequente queda na produção, o abastecimento do mercado também diminui, o que pressiona a todos nós, consumidores, que estamos na “ponta” e teremos que assumir este déficit com o aumento dos preços.
Seria ilusão imaginar que os empresários não iriam repassar esta perda e, diante deste impasse criado com o Plano Safra, a tendência é que a comida fique ainda mais cara, pressionando ainda mais o governo Lula, que já não tinha articulação política e agora demonstra não ter alternativas eficientes para contornar a crise que ele mesmo criou. Pior é enfrentar toda esta crise sem tentar um diálogo franco com o Congresso, o que fortalece a teoria deste colunista de que Lula não está mais preocupado com gestão, mas com política, de olho na sua reeleição.
Olhando as “opções” eleitorais citadas acima, quem imagina que o presidente Lula carrega o desejo de ver o Agronegócio fortalecido? Pressionados, muitos empresários podem ceder ou recuar, sendo que esta não é uma medida administrativa, mas uma ação política que pode fragilizar seus adversários, mas que aumenta consideravelmente a pressão sobre a população. O Agro precisa de investimentos, de incentivo, para que a inflação se contenha e Lula já atravessou a metade de seu governo e suas falas e ações demonstram que sua maior preocupação no momento é ser reeleito. É o jogo dele…