Machadinho condena alianças de Kaká Andrade com Weldo Mariano e Heleno Silva

Por Habacuque Villacorte – Da Equipe Cinform On Line 

Dando continuidade com a série de entrevistas com pré-candidatos nas eleições de 2024, a reportagem do Caderno O VOTO conversou com Machado Barbosa (União), o “Machadinho”, pré-candidato a prefeito de Canindé do São Francisco e que faz uma avaliação bastante crítica da gestão do atual prefeito Weldo Mariano, falando em descaso com o povo pobre da região. Machado critica as alianças firmadas por Kaká Andrade (PSD) com o atual gestor do município ribeirinho e com o ex-prefeito Heleno Silva. Ele fala em descaso em diversas áreas da administração pública e comenta sobre a disparidade que Canindé tem em relação ao município alagoano de Piranhas. Confira, a seguir, esta entrevista exclusiva:

O VOTO: Iniciando a entrevista, vamos à pergunta que não quer calar: Machadinho é pré-candidato a prefeito de Canindé do São Francisco de fato ou existe alguma possibilidade de recuo? Tem algum receio?

MACHADO BARBOSA: 100% Pré-candidato a Prefeito. Não há nenhum impedimento nem receio. Estou com a pré-candidatura a todo vapor, visitando amigos, visitando povoados, ouvindo as pessoas e debatendo as necessidades para tirar Canindé desse caos administrativo.   

O VOTO: Você conta com o apoio do ex-deputado André Moura. Como você espera que será sua relação política com o governador Fábio Mitidieri? Ele já se manifestou a respeito da sua pré-candidatura?

MACHADO BARBOSA: André Moura é o nosso líder político, temos um vínculo muito forte, uma amizade recíproca. Em relação ao governador Fabio Mitidieri, votei nele, temos um bom diálogo, creio que não teremos qualquer empecilho. Sobre nossa pré-candidatura, o governador ainda não se manifestou.

O VOTO: Qual a sua avaliação sobre a gestão do atual prefeito? Qual é a realidade do município de Canindé do São Francisco? O senhor se sente traído por ele?

MACHADO BARBOSA: Temos o pior prefeito de Sergipe, uma gestão desastrosa que não consegue atender minimamente os anseios da população. Uma cidade arrasada administrativamente, o comércio desestimulado e sofrendo, a cidade sem nenhuma obra estruturante e sem política de geração de emprego. Durante três anos e cinco meses as únicas obras que tem em Canindé é o nome “Bem-Vindo a Canindé” e “Eu Amo Canindé”. Hoje Canindé sofre ainda mais com a união de Weldo Mariano e Kaká Andrade. Sobre traição, eu não me sinto traído. Eu não fiz acordo político com ele, eu fui eleitor, e como eleitor estou decepcionado, assim como a grande maioria da população que acreditou nele.

O VOTO: Qual a sua avaliação sobre a aliança do prefeito com a pré-candidatura de Kaká Andrade?

MACHADO BARBOSA: Aí sim é uma traição! O povo não avaliou positivamente essa aliança, é público e notório nas ruas.  São dois traidores dos seus eleitores, o discurso de Weldo era tirar o “rasga bilhete” de Canindé e acabar com a perseguições. Kaká pautou sua campanha em esculhambar com Weldo, pessoas, eleitores se tornaram inimigos pelas declarações recíprocas. Kaká lutou até seis meses atrás pra arrancar o mandato de Weldo na justiça, não conseguiu e teve que se juntar para poder ter o gostinho de mandar em Canindé. A população não aceita isso. Pessoas que dedicaram suas vidas foram para as ruas querendo mudanças positivas em nosso município e viu nessa aliança uma verdadeira hipocrisia de um lado para outro. Como é que o povo vai acreditar que essa união é para o bem de Canindé?

O VOTO: E o que dizer da aliança de Heleno Silva com Kaká? Heleno não ia apoiar sua pré-candidatura?

MACHADO BARBOSA: A população vai julgar essa união. Heleno afirmou em várias reuniões que tinha vontade de votar em nós quando do pleito lá na frente, que após as convenções e confirmando meu nome como candidato do grupo não tinha dúvidas da nossa vitória. De uma hora para outra ele mudou de opinião. Muitos falam que pelo fato de ter “levado aperto lá em cima”, mas confesso que não sei, só ele pode responder. Eu não tenho o que julgar sobre essa posição de Heleno, o próprio é quem deve se manifestar. Ele ganhou a sua eleição para prefeito “batendo” em Kaká Andrade e apontando os seus inúmeros erros em gestão, até recentemente quando ainda era pré-candidato. 

O VOTO: Falando um pouco sobre a gestão administrativa, Canindé está estruturado e pronta para receber bem quem vem conhecer sua história e os seus pontos turísticos? Por que Canindé não consegue acompanhar o desenvolvimento de Piranhas?

MACHADO BARBOSA: O município, infelizmente, não tem uma boa estrutura para receber bem o turista dentro de Canindé. Para você ter uma ideia, os turistas passam por Canindé e vão se alojar em Piranhas muitas das vezes. Piranhas naturalmente “se vende” porque o turista fica dentro da cidade, que é histórica e sua gestão tem buscado profissionalizar o turismo, tem realizado obras estruturantes na cidade. Infelizmente Canindé está ficando para trás nos últimos anos, mas pode sim atuar como protagonista no turismo da região, basta uma gestão eficiente no setor. Gestores que passaram nos últimos anos não se preocuparam em oferecer, ofertar, criar essa infraestrutura dentro de Canindé para fixar o turista dentro do município, para que se hospede na cidade, compre no comércio local, se divirta dentro da cidade com atrativos que venham a ser oferecidos.

O VOTO: Como se encontra a Saúde do município? Vem sendo bem cuidada pela gestão de Weldo?

MACHADO BARBOSA: Na UTI. Só se faz o básico, e às vezes, até o básico falta. Falta remédio contínuo, farmácia básica deficiente, muitas vezes faltam materiais e insumos básicos, até mesmo para um curativo, como luva cirúrgica, por exemplo. A saúde, infelizmente, é uma calamidade e o prefeito não cuida do seu povo. E da mesma forma que falo aqui nesta entrevista, convido a imprensa e os órgãos de fiscalização para fazerem uma visita a Canindé.

O VOTO: E sobre a segurança pública? O comércio de drogas, por exemplo, é fiscalizado e contido? Há uma política de conscientização junto aos mais jovens?

MACHADO BARBOSA: Veja, na segurança pública nós temos uma grande vantagem em ter uma polícia operacional, preparada, qualificada, tanto civil quanto a militar. Já no que cabe ao município deixa muito a desejar, na falta de uma guarda municipal, na prevenção com políticas públicas eficientes para que o jovem não entre no mundo das drogas. Não existe a prevenção e nem a ajuda no tratamento para tirar o usuário desta triste vida. É bom deixar claro que em todas as áreas vulneráveis do município não há uma participação efetiva da gestão.

O VOTO: Outra área estratégica em qualquer gestão é a Educação. Como se encontra em Canindé?

MACHADO BARBOSA: A Educação em qualquer gestão é vista como prioridade, em Canindé não! Preparar nossos jovens para um futuro de grandes conquistas é o pensamento de qualquer administrador que respeite seu povo. Em Canindé de São Francisco é o contrário. É escola reformada recentemente desabando o telhado, é corte nos direitos dos profissionais da educação, constantes atrasos de pagamentos de prestadores de serviço ocasionando greves e paralisações nas aulas, alunos sentados no chão por falta de carteiras escolares, um verdadeiro caos.  Destaco que temos um quadro de professores e servidores da educação excepcionais, dedicados, mas a falta de estrutura é lamentável na atual situação.

O VOTO: Existe uma política de geração de empregos eficiente para os mais jovens no município?

MACHADO BARBOSA: Não existe geração de empregos, nem para os jovens nem para outras classes de idade ou para profissionais em Canindé. Os últimos gestores não se preocuparam em buscar alternativas para fixar nossos jovens trabalhando no município. Temos um grande potencial no turismo, na agricultura, na pecuária, um bom comércio que precisa ser fomentado. Agora não há o fomento ideal, necessário para tornar Canindé uma cidade atrativa, que hoje mais “exporta” pessoas, jovens, adultos, pais de família para as chamadas firmas, trecho… por falta de oportunidade na própria cidade que não sabe explorar o seu potencial. Canindé tem tudo que qualquer lugar no mundo queria ter como potencialidade, só não tem gestor.

O VOTO: Como anda a política social dentro do município?

MACHADO BARBOSA: Como disse anteriormente, e não querendo se tornar repetitivo, mas em Canindé não existe uma área que esteja andando bem, de forma satisfatória, na área social não é diferente. É triste e vergonhoso ver como são tratadas as pessoas menos favorecidas, são as que mais precisam e são as menos assistidas. Não estou aqui para falar de assistencialismo, é atenção básica que falta a essa parte da população carente em nosso município, é a falta de uma assistência social efetiva. Temos muita gente em estado de vulnerabilidade e até passando fome.  O social, infelizmente, não atende de modo satisfatório nossa população. Para você ter uma ideia, muitas famílias carentes em Canindé têm dificuldade em adquirir enxovais para os recém-nascidos; o atendimento aos idosos e cadeirantes deixa muito a desejar em relação as fraldas descartáveis; cestas básicas para famílias credenciadas não atendem de forma satisfatória. Situação difícil! Temos profissionais com boa vontade, preparados, mas o município não oferta a estrutura necessária.

O VOTO: Existem muitas obras em andamento no município? As realizações vêm de recursos próprios ou de dinheiro da União?

MACHADO BARBOSA: Não temos nenhuma obra estruturante, importante ou que venha a impactar positivamente a vida do canindeense. O que o prefeito fez em três anos e cinco meses foi na entrada da cidade o nome EU AMO CANINDÉ E SEJA BEM VINDO; agora têm obras paradas e outras que andam em passo de tartaruga. Obras eternas que até o final da gestão dele eu acredito que não serão entregues, e olhe que são reformas simples, mas que já ultrapassam dois anos, como o mercado da carne; alguns postos de saúde; de escolas, que mesmo recentemente reformadas, ainda assim parte dos telhados desabaram; obras estruturantes não existem. O que o atual gestor executa são medidas paliativas que infelizmente não têm dado certo.

Mas os recursos, em sua maior parte, vêm da União, através de emendas parlamentares, algumas que inclusive chegam a ser perdidas pela falta de projetos de execução. Deixo claro que Canindé de São Francisco tem recursos suficientes para iniciar obras com recursos próprios, para dar continuidade, enfim, para fazer acontecer. Canindé hoje recebe algo em torno de R$ 21 milhões por mês, um repasse generoso que dá perfeitamente para organizar a cidade; o que falta é gestão.

O VOTO: Canindé passou por intervenções administrativas ao longo de sua história. A medida resolveu os problemas do município?

MACHADO BARBOSA: Canindé, por falta de gestão, muitas vezes teve que o Estado viesse socorrer o município, mesmo por curtos períodos; tentaram organizar a Casa, mais ainda falta muito a ser feito. Esperamos que da próxima gestão em diante o gestor faça o seu papel de casa para que o Estado não necessite mais intervir no município e sim a própria cidade avançar com o gestor que o povo escolher.

O VOTO: Concluindo a entrevista, fechada a janela partidária, que partidos estão apoiando o seu projeto e como ficaram as chapas para vereador? Qual a estimativa de eleitos dentro do seu agrupamento?

MACHADO BARBOSA: Sou filiado a União Brasil, ligado politicamente ao nosso líder André Moura, e os partidos que compõem a nossa coligação são o PODEMOS, o Democracia Cristã e a Federação PSDB/CIDADANIA e o AGIR; temos uma base sólida e com nomes fortes, competitivos e que conhecem a realidade do município e os anseios da população. Sobre estimativa de eleitos dentro do nosso agrupamento, sem medo de errar contamos com os melhores nomes para serem avaliados pelo povo, não tenha dúvida que vamos eleger de seis a sete bons nomes de vereadores para a Câmara Municipal de Canindé.

FRASES

“Não existe geração de empregos, nem para os jovens nem para outras classes de idade ou para profissionais em Canindé”

“Temos um quadro de professores e servidores da Educação excepcionais, dedicados, mas a falta de estrutura é lamentável”

” A saúde, infelizmente, é uma calamidade e o prefeito não cuida do seu povo”

“Canindé está ficando para trás nos últimos anos, mas pode sim atuar como protagonista no turismo da região”

“Temos o pior prefeito de Sergipe, uma gestão desastrosa que não consegue atender minimamente os anseios da população”

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