
Aqueles que são menos conhecidos do eleitorado, de fato, entrarão prejudicados na disputa este ano
Por Habacuque Villacorte – Da Equipe Cinform On Line
A decisão do Google de suspender o impulsionamento de conteúdo político em suas plataformas no Brasil movimentou as discussões nos bastidores das legendas e equipes de marketing que já vislumbram o trabalho de assessoramento dos pré-candidatos a prefeito e vereador em 2024. Ainda estamos no período de pré-campanha, mas todos os postulantes a um mandato eletivo precisam estar atentos às regras e prazos determinados pela Justiça Eleitoral.
Para muitos a decisão do Google tem um aspecto radical, mas a gigante digital baseou-se no risco de descumprimento das novas exigências estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com a medida do Google, estarão proibidas, a partir de Maio (meio desta semana) a veiculação de anúncios políticos em suas plataformas, posição que naturalmente tem reflexos diretos para todos os envolvidos no processo eleitoral, partidos, pré-candidatos e eleitores.
A reportagem do CINFORM ON LINE pesquisou um pouco sobre a decisão do Google, que inclui o YouTube e sobre o impacto disso nas pré-candidaturas dos políticos sergipanos. Com a promessa de deixar as regras para a propaganda eleitoral de pré-candidatos mais transparentes, diversas alterações foram feitas na Resolução do TSE nº 23.610/2019. As novidades foram aprovadas em fevereiro passado e constam agora na Resolução nº 23.732/2024.
Dentre as novas exigências do TSE para as plataformas digitais que têm serviços de impulsionamento de anúncios consta a manutenção de um banco de dados com todos os materiais de campanha. O Google entendeu que a mudança tornou o monitoramento completamente inviável, por ser algo bastante complexo e dispendioso. Isso levando em consideração um País como Brasil, que detém hoje mais de 5,5 mil municípios em toda a sua extensão.
O QUE DESEJA A
JUSTIÇA ELEITORAL?
A nova Resolução do TSE exige das plataformas digitais a manutenção de registros detalhados de cada anúncio, incluindo conteúdo, custo, informações do anunciante e o perfil do público atingido, além de fornecer ferramentas de busca avançada para fiscalização efetiva e em tempo real. A justificativa da Justiça Eleitoral é restringir, por parte das campanhas eleitorais, do uso de inteligência artificial, com determinações sobre o combate à circulação de fatos inverídicos ou descontextualizados.
O QUE DIZ O
GOOGLE?
Em nota, a gigante tecnológica explica que “as eleições são importantes para o Google e, ao longo dos últimos anos, temos trabalhado incansavelmente para lançar novos produtos e serviços para apoiar candidatos e eleitores. Para as eleições brasileiras deste ano, vamos atualizar nossa política de conteúdo político do Google Ads para não mais permitir a veiculação de anúncios políticos no país. Essa atualização acontecerá em maio tendo em vista a entrada em vigor das resoluções eleitorais para 2024. Temos o compromisso global de apoiar a integridade das eleições e continuaremos a dialogar com autoridades em relação a este assunto”.
O QUE MUDA
NA PRÁTICA?
Nos casos dos municípios onde não haverá propagada eleitoral na televisão, muitos pré-candidatos impulsionavam suas pré-candidaturas no segmento digital e a proibição do Google gera muita preocupação sim porque há o temor de que as disputas fiquem desiguais nas eleições que se aproximam. Além do custo mais baixo, as plataformas de internet oferecem ferramentas segmentadas, direcionando para públicos e localizações geográficas específicas.
A grande pergunta que muitos pré-candidatos a prefeito e a vereador estão fazendo neste momento é, sem acesso a estas ferramentas, como alcançar o eleitorado de maneira eficiente? Os críticos das mudanças avaliam que podem ser um risco ao processo democrático considerando que até para os eleitores a escolha ficará prejudicada, estabelecendo uma espécie de “controle”. Quem discorda entende que esta não é a melhor forma para combater campanhas de desinformação e fake News.
A avaliação é que as restrições impostas não deixam de ser uma espécie de “controle das mídias”, algo que pode afetar o processo democrático. Na prática, o pré-candidato que não tem uma rede social bastante ativa, um trabalho continuado de construção de sua imagem no mundo digital, certamente encontrará muitas dificuldades na busca por mais engajamento em 2024. Aqueles que são menos conhecidos do eleitorado, de fato, entrarão prejudicados na disputa.
E AS OUTRAS
PLATAFORMAS?
Segundo a reportagem do CINFORM ON LINE apurou, a decisão do Google não impede que os anúncios sejam impulsionados em redes sociais como Facebook, o X (Twitter) e Instagram. Para alguns especialistas a leitura é que, sem concorrência, haverá um monopólio do mercado nas mãos da Meta (gestora do Facebook e Instagram), por sua vez, há também o entendimento que as plataformas também podem recuar diante das exigências da legislação eleitoral brasileira.
FRASES
“A medida do Google, estarão proibidas, a partir de Maio (meio desta semana) a veiculação de anúncios políticos em suas plataformas”
“O Google entendeu que a mudança tornou o monitoramento completamente inviável, por ser algo bastante complexo e dispendioso”
“Os críticos das mudanças avaliam que podem ser um risco ao processo democrático”“A avaliação é que as restrições impostas não deixam de ser uma espécie de ‘controle das mídias’”
“Para alguns especialistas a leitura é que, sem concorrência, haverá um monopólio do mercado nas mãos da Meta”