A endometriose uma doença caracterizada pela presença do endométrio – tecido que reveste o útero internamente – em outros locais. Em vez de serem expulsas durante a menstruação, as células se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, gerando dor intensa e progressiva, inicialmente nos períodos menstruais que podem, aos poucos, se intensificar. Cerca de 7 milhões de brasileiras sofrem com endometriose e no mundo estima-se que sejam 180 milhões de mulheres.

É uma das causas de infertilidade feminina. Estima-se que cerca de 40% das portadoras de endometriose possuam dificuldade de engravidar. As causas da infertilidade são várias, desde a distorção da anatomia pélvica que pode gerar aderências ou obstruções nas trompas, a inflamação característica da endometriose e a baixa receptividade do endometrio por fatores imunológicos e por resistência a progesterona (um hormônio muito importante para segurar o bebê no útero). No entanto, isso não significa que todas as mulheres que têm a doença são inférteis, há a possibilidade de se ter endometriose e ainda assim conseguir engravidar (por meios naturais ou inseminação).

A disbiose é uma condição clínica que acontece quando a microbiota intestinal está sofrendo algum desequilíbrio de bactérias. Isto é, quando o número de bactérias patogênicas, que fazem mal para o organismo, é superior ao número de “bactérias do bem”. O desequilíbrio pode acontecer por diferentes razões. A má alimentação diária é o principal fator, sendo a causa do problema em 57% dos casos. Mas também há fatores como stress, poluição, medicamentos ou até mesmo a genética.

Existe uma relação bastante complexa entre endometriose e disbiose, afirma Drª Jacqueline

De acordo com a ginecologista Drª Jacqueline Mazzotti Cavalcanti da Silva, existe uma relação bastante complexa entre endometriose e disbiose, com dados que mostram que mulheres com endometriose apresentam microbiota alteradas e que essas alterações do perfil microbiano intestinal pioram o quadro da endometriose. “A disbiose acaba alterando a resposta imune, com elevação de citocinas pró inflamatórias, prejuízos a tolerância imunológica e alteração das células desse sistema, contribuindo para a característica patogênica principal da endometriose: a inflamação”, assegura.

Além disso, as lesões da endometriose respondem ao estrogênio: esse hormônio é capaz de estimular ainda mais a sua proliferação. “Quando alteramos a alimentação para uma dieta rica em fibra e ômega 3, além de potencial indicação para o uso de probióticos, podemos realizar a melhora da endometriose e dos quadros de disbiose. O tratamento também é feito com o bloqueio hormonal (há várias opções e deve ser conversado com o médico assistente); o controle da inflamação através da alimentação, modulação intestinal, fitoterápicos, nutracêuticos; manejo da dor através de acupuntura, fisioterapia pélvica, atividade física, terapias mente e corpo, sono. É fundamental que não se acostume a viver com dor, busque ajuda para controlar sua endometriose e viver com mais qualidade de vida’, comenta a médica.

Mulheres com endometriose apresentam microbiotas alteradas

É possível apresentar sintomas de endometriose desde a primeira menstruação. A média no Brasil é cerca de 7 a 8 anos para realizar o diagnóstico de endometriose. Isso ocorre porque infelizmente muitas mulheres são diagnosticadas após anos de doença por vários motivos ou por terem suas dores invalidadas. “Quantas vezes vocês ouviram: há, é normal ter cólica? Ou então por não terem acesso a métodos de diagnóstico precisos, afinal, apenas um transvaginal sem preparo não vai diagnosticar”, conclui Drª Mazzotti.

 

 

 

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