ELEIÇÕES 2024 : Avalie a síntese sobre as pré-candidaturas para a PMA

Projetos de Yandra Moura, Emília Corrêa, Candisse Carvalho e Luís Roberto parecem irreversíveis

 

Nesta segunda-feira (6) chegamos a exatos cinco meses do 1º turno das eleições municipais e a reportagem do Cinform OnLine traz uma síntese de como se encontram as alianças e composições em torno das pré-candidaturas para a prefeitura de Aracaju até o momento. É bem verdade que as definições só teremos do período de 20 de julho a 5 de agosto, prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para a realização das convenções partidárias.

Será neste período em que os partidos políticos “batem o martelo” sobre coligações e sobre quem serão seus candidatos a prefeito, vice-prefeito e a vereador. Mas, por este período de pré-campanha, já podemos ter uma dimensão de quem está se movimentando mais ou menos sobre a política de alianças e fortalecimento das pré-candidaturas, majoritárias e proporcionais. Há um consenso que um erro estratégico agora, antes mesmo das convenções, pode colocar a perder todo o ano eleitoral.

O desafio da reportagem do Cinform OnLine foi de apresentar um cenário mais atualizado, com detalhes a respeito das principais pré-candidaturas para a PMA, ampliando o campo de avaliação por parte dos leitores. A campanha eleitoral só inicia, oficialmente, em agosto, mas nas redes sociais, em cada município, já um debate mais “acalorado” e um “acirramento” dos ânimos entre situação e oposição, e dentro de Aracaju não tem sido diferente.

YANDRA MOURA

Considerando as adesões de partidos políticos e o volume de filiações de pré-candidatos a vereador, a deputada federal Yandra Moura (União) “larga na frente” consolidando um forte agrupamento político ao seu lado, onde além do União Brasil, tem o Podemos, o Democracia Cristã, o Mobiliza, PRD e o Avante. Faltando cinco meses para a eleição, mas cerca de três meses para o início da campanha, há uma sinalização para que o ex-governador Belivaldo Chagas (Avante) seja seu pré-candidato a vice.

Com a proposta “Novos Caminhos para Aracaju”, a parlamentar vem desde o ano passado conversando com lideranças comunitárias, de bairro em bairro de Aracaju, ouvindo as demandas de cada região, além de críticas e sugestões para gestão municipal. Yandra Moura aposta em uma espécie de “gestão participativa” dando vez e voz não apenas aos vereadores com mandato que estão lhe apoiando, mas também as pessoas mais humildes, que mais precisam do poder público.

Além de exercer um bom mandato de deputada federal, Yandra tem uma rede social bastante ativa e conectada. Sua pré-candidatura à prefeita é um projeto irreversível e ela sabe que dificilmente terá o apoio do governador Fábio Mitidieri (PSD) no 1º turno, mas dá demonstrações que não abre mão de tê-lo em seu palanque em um determinado momento este ano. Faz uma pré-campanha propositiva e bastante carismática, pronta para discutir os problemas da cidade e não apenas posicionamento político.

EMÍLIA CORRÊA

A vereadora de Aracaju e pré-candidata à prefeita Emília Corrêa (PL) segue bem avaliada durante o período de pré-campanha e, faltando cinco meses para a eleição, ela segue como uma das favoritas. Além do Partido Liberal, deve chegar nas convenções com o apoio da Federação PSDB/Cidadania, de onde sairá seu pré-candidato a vice-prefeito, que tanto pode ser o ex-senador Eduardo Amorim (PSDB) quanto o também vereador da capital, Ricardo Marques (Cidadania).

Emília tem uma postura de “oposicionista raiz”, levando a indignação de setores da sociedade com a ausência do poder público e o descaso em algumas áreas. Seus críticos questionam sua dificuldade de articulação política e a ausência de um forte agrupamento que dê sustentação à sua pré-candidatura. Durante a pré-campanha ela demonstra que aposta na aprovação popular para ter êxito na eleição este ano, mas sua filiação ao PL divide opiniões, por ser a legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A vereadora tem sido muito cobrada pelo fato de não se posicionar como mais empenho na visita recente do ex-presidente a Sergipe e agora todas as atenções se voltam para sua postura no próximo dia 11, quando Michelle Bolsonaro promoverá um grande ato político em Aracaju. Aliados de Emília lhe defendem com o argumento de que ela não pode abrir mão do eleitorado “de centro”, mas quem se alinha mais com os movimentos de Direita quer o compromisso dela com as pautas mais conservadoras.

CANDISSE CARVALHO 

Pré-candidata pelo Partido dos Trabalhadores, a jornalista Candisse Carvalho tem dedicado sua pré-campanha em Aracaju em duas frentes: uma para apontar problemas da gestão do prefeito Edvaldo Nogueira (PT) – assim como também vem fazendo Emília Corrêa – e adotado narrativas e discursos que agradam o eleitorado de Esquerda, mais em defensa do governo Lula, dos movimentos sociais e entidades sindicais. Seus críticos entendem que ela precisa “furar a bolha”.

Sem o apoio incondicional da militância do PT e de nomes que têm força dentro da legenda, como o ministro Márcio Macedo e a ex-vice-governadora Eliane Aquino, Candisse segue o alinhamento político com o senador (e esposo) Rogério Carvalho e o deputado federal João Daniel (PT). Aposta no diálogo com os sindicatos e o MST, além dos acessos que possui junto às comunidades mais carentes da cidade. Além do PT, também compõem a Federação que lhe apoia o PCdoB e o PV.

Uma legenda que naturalmente caminharia com Candisse e o PT, o Solidariedade, pode seguir outro encaminhamento, a depender do entendimento do ministro Márcio Macedo. A pré-candidata se posiciona abertamente contra o prefeito de Aracaju e contra o governador Fábio Mitidieri, posição que contraria o auxiliar do governo federal; também não está descartada uma aliança com o PSOL, que por enquanto mantém a pré-candidatura da advogada Niully Campos para a PMA.

LUÍS ROBERTO

Com o “apadrinhamento” do prefeito Edvaldo Nogueira (PDT), o pré-candidato Luís Roberto (PDT) também tem o apoio do governador Fábio Mitidieri (PSD), que já assegurou que estará no seu palanque quando a campanha eleitoral iniciar. O gestor contesta o favoritismo dos projetos femininos para a Prefeitura de Aracaju e entende que a disputa pelo comando da cidade deve ir além do debate de gênero, mas deve servir para entender quem é o mais preparado para o cargo.

Pesa contra Luís Roberto a dificuldade de articulação e a “fama” de não cumpridor de Edvaldo, que costuma ser bastante desatento com os políticos que lhe apoiam nas campanhas eleitorais. Além disso há uma “fadiga” natural do agrupamento político que comanda a PMA desde 2017 e que prometeu muito nas campanhas eleitorais de 2016 e 2020, mas muitas propostas não saíram do papel. Os problemas crônicos da cidade não tiveram resolução na gestão atual.

Além do seu PDT e do PSD do governador Fábio Mitidieri, Luís Roberto busca a unidade do agrupamento em torno de sua pré-candidatura, algo que praticamente descartado considerando que o projeto de Yandra Moura é algo consolidado e irreversível, assim como tentam construir outros aliados. O PSB e o Republicanos estão alinhados, mas o grupo ainda conta a composição do PP do senador Laércio Oliveira e do MDB do senador Alessandro Vieira.

DANIELLE GARCIA

Pré-candidata à prefeita de Aracaju pela segunda vez consecutiva, a secretária de Estado e delegada de Polícia, Danielle Garcia (MDB), tem como seu maior desafio na pré-campanha de 2024 convencer o eleitorado sobre a sua mudança de posicionamento político em relação a 2020. Hoje ela está na base do governo de Fábio Mitidieri, mas mesmo sem compor com o prefeito Edvaldo Nogueira, ambos militam no mesmo grupo político, apesar de todas as críticas que ela fez na campanha anterior.

Danielle condenou a continuidade de Edvaldo Nogueira na PMA e defendia uma renovação na administração pública da capital. Hoje ela se coloca como pré-candidata, mas seu líder político, o governador, já declarou apoio a Luís Roberto, que é a maior representação do continuísmo do modelo de gestão atual. Além do MDB, ela tenta construir seu projeto apostando no recall das eleições anteriores e no fato de aparece bem posicionada nos levantamentos.

Ela assegura que sua pré-candidatura é para valer, mas há um sentimento nos bastidores da política que até as convenções ela seja convencida ou a compor uma chapa majoritária como vice-prefeita ou até desistindo da campanha e concentrando suas atenções para a secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres. Ter o senador Alessandro Vieira como uma espécie de “cabo eleitoral” é outro complicador. Eles desagradam o eleitorado de Direita e não agradam o eleitorado de Esquerda…

FABIANO OLIVEIRA

O vereador da capital, Fabiano Oliveira (PP), já revelou que não pretende disputar a reeleição e que está focado em seu projeto para a Prefeitura de Aracaju. É outro nome muito correto com o prefeito Edvaldo Nogueira e que acredita que será o “escolhido” nas convenções se considerado o critério de quem estiver melhor posicionado nas pesquisas de intenção. Há uma defesa de que seu nome é o mais cotado para compor uma chapa majoritária como vice.

Fabiano tem uma vida empresarial muito ativa e bem conhecida por gerações em Sergipe e, principalmente, em Aracaju. Ele já exerceu o mandato de deputado estadual e tem muita aceitação junto à juventude. Fabiano nega a intenção de ser pré-candidato a vice, mas se coloca à disposição do agrupamento e assegura que tem um entendimento com Danielle Garcia e a deputada federal Katarina Feitoza (PSD), onde quem estivesse melhor posicionado iria para a disputa.

Em recente entrevista o senador Laércio Oliveira voltou a defender o direito de Fabiano de buscar fortalecer sua pré-candidatura, apesar de ter reforçado que seu desejo é pela unidade do agrupamento. Fabiano, por sua vez, está intensificando suas visitas pelos bairros da capital e aprimorando seu conteúdo de marketing. Para manter este projeto em andamento, Fabiano precisa ir muito além do apoio do PP, mas buscar que outras legendas apostem no seu nome para a PMA.

OUTROS

Além dos nomes já colocados e avaliados aqui, tanto a Extrema Esquerda quanto a Direita mais conservadora possuem pré-candidatos na capital este ano: o PSOL vem com a advogada Niully Campos, com críticas duras e contundentes ao que ela chama de “sistema”. Ela é “cria” do antigo PSB liderado pelos Valadares e tem uma história de luta e participação nos movimentos sociais.

Já pela Direita, mais precisamente pelo partido Novo, o procurador do Estado, José Paulo Leão Veloso Silva, está decidido a disputar a PMA. Ele é advogado na área tributária e já atuou como delegado da Polícia Federal. Há quem defenda sua aproximação com outras pré-candidaturas. Ele chefiou a Delegacia de Combate aos Crimes Ambientais.

 

 

 

Por Habacuque Villacorte – Da Equipe Cinform OnLine

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