
Jean Coelho, diretor-executivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e Allan da Mota Rebello, diretor de inteligência da corporação, foram exonerados das funções nesta terça-feira (31). As dispensas estão publicadas no Diário Oficial da União e ocorrem quase uma semana depois da morte de Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, durante uma abordagem policial.
A portaria é assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e não dá detalhes sobre as exonerações. Os cargos nas diretorias da corporação estão vagos e os substitutos ainda não foram indicados.
Nesta terça, a Câmara dos Deputados pode votar a convocação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para esclarecer a morte de Genivaldo. O tema está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que inicia a sessão às 13h.
Genivaldo foi abordado blitz da PRF, em Umbaúba (SE), na última quarta-feira (25), por pilotar uma moto sem capacete e colocado à força dentro do porta-malas da viatura onde os policiais jogaram gás. Um vídeo mostra o momento em que um dos policiais segura a tampa do porta-malas da viatura e o outro joga, dentro do espaço fechado em que Genivaldo estava, uma bomba lacrimogênea.
Após a repercussão do caso, a PRF afirmou que as técnicas que foram utilizadas são de imobilização e os materiais têm “potencial inofensivo”. A reposta também repecutiu negativamente nas redes sociais e a corporação voltou a se pronunciar alegando que o fato causou “indgnação”.
“Assistimos com indignação os fatos ocorridos na cidade de Umbaúba (SE). Não compactuamos com as medidas adotadas durante a abordagem ao senhor Genivaldo. Os procedimentos vistos durante a ação não estão de acordo com as diretrizes expressas nos cursos e manuais da instituição”, afirmou Marco Territo, chefe da comunicação institucional da PRF.
Uma equipe de intervenção de Brasília vai conduzir a investigação e a gestão da crise. Ainda segundo a corporação, também foram convocados especialistas e instrutores da Universidade da PRF, para “aperfeiçoar a abordagem a pessoas com transtornos mentais”.
Fonte: R7