
Alguns registros de óbitos em pessoas que tomaram as duas doses de vacina contra a Covid-19 acende uma luz de alerta para que as pessoas reforcem as medidas de prevenção à Covid-19, mesmo após serem completamente imunizadas. No final de junho, um médico ortopedista de 44 anos morreu após contrair Covid-19 mesmo após ter completado o ciclo vacinal contra o vírus no hospital em que trabalhava, em Curitiba (PR).
O médico infectologista Dr Matheus Todt, professor adjunto da Universidade Tiradentes (Unit) e professor efetivo da Universidade Federal de Sergipe (UFS), explica que as vacinas são bastante eficazes em prevenir formas graves e óbitos pela Covid-19, mas não são capazes de prevenir 100% dos óbitos. Esse é um dos motivos que mostram a importância de manter o distanciamento social e o uso de máscara mesmo após a vacinação.
“De forma geral, todas as vacinas disponíveis tem percentuais similares em proteger contra formas graves e óbitos pela Covid-19. As vacinas da Pfizer e da Moderna tem a maior eficácia global (capacidade de prevenção de todas as formas da doença), em torno de 95%. Quanto à proteção contra formas graves e óbitos, todas as vacinas tem eficácia semelhante (mais de 95%)”, disse.
Dr Matheus Todt
Segundo Dr Matheus Todt, a distância que o país se encontra de uma cobertura vacinal perto dos 70% população, faz com que o vírus continue circulando, por isso a importância da prevenção mesmo após ser vacinado. “Ainda não alcançamos um percentual significativo de imunizados (isto é, mais de 70% da população) para vermos um impacto significativo no número total de óbitos. No entanto, nos idosos, que foram vacinados prioritariamente, a mortalidade chegou a ser reduzida em 95%”, comenta.
O infectologista lembra que não há grandes novidades no combate à pandemia. As principais medidas ainda são as mesmas: vacina, isolamento social, uso de máscara e higiene das mãos. “Quanto mais aderirmos a essas medidas, mais rápido venceremos a Covid-19. Quando estivermos com mais de 70% da nossa população vacinada com as duas doses nós poderemos dizer que estaremos vencendo essa guerra. Infelizmente, isso ainda vai demorar um pouco”, conclui Dr Mateus.