
Atualmente, estão aprovadas e autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) seis vacinas contra a Covid-19, mas já em uso no Brasil são apenas três: a Pfizer, a AstraZeneca e a Coronavac. Para uso emergencial, já existe aprovação da Jansen, que tem dose única e está chegando ainda esse mês no Brasil, e a Coronavac, do Instituto Butantã. Para uso definitivo, o país só tem duas vacinas até o momento: a AstraZeneca, em parceria com a Fiocruz, e a Pfizer. Para autorização de importação, que ainda não está aprovada, existem mais duas: a russa Sputnik V, e a indiana Covaxim.
Segundo o professor do Departamento de Educação em Saúde da Universidade Federal de Sergipe (UFS), e Phd em patologia, Diego Moura Tanajura, não existe uma vacina melhor que a outra. “Qualquer vacina para ser utilizada no Brasil precisa ser aprovada pela Anvisa. Então, a população pode ficar tranquila, independente de qual vacina seja, as pessoas podem tomar, porque quando o órgão aprova significa que ela é segura, inclusive eles dão um selo de garantia de qualidade”, comenta, ao afirmar que as vacinas se mostraram eficazes contra as novas variantes do coronavírus.
Professor Diego Tanajura
De acordo com Diego Tanajura, as vacinas protegem a população não só contra a Covid-19, mas contra qualquer outra doença que possa ser combatida com vacina. “Elas protegem da doença e também das mortes. Já temos visto os resultados positivos aqui no Brasil e em Sergipe. Nós observamos redução de mortes na população mais idosa, que foi a primeira a tomar a vacina. Os países que mais avançaram na vacinação, como Israel, Reino Unido e os Estados Unidos, a vida aos poucos está voltando ao normal”, disse.
“Em vários ambientes, as pessoas não estão mais obrigadas a utilizar máscaras nestes países. A economia está voltando ao normal, o comércio reabriu, então tudo isso por conta da vacinação em massa. Portanto, é possível sim a gente voltar à normalidade, mas só quando tivermos boa parte da nossa população vacinada, assim como já é visto em outros países. Precisamos comprar mais vacinas para imunizar o mais rápido possível a nossa população”, pontua o professor.
Segunda dose
Atualmente, o Brasil tem pouco mais de 11% da população adulta imunizada com as duas doses da vacina contra a Covid-19. Muita gente não compareceu às unidades de saúde para completar o ciclo vacinal. O professor Diego Tanajura alerta para a importâncias das duas doses da vacina. “Uma dose apenas não protege completamente a pessoa. Para estar completamente imunizada, ela tem que tomar as duas doses. A gente sabe que uma dose apenas não é suficiente pra treinar totalmente nosso sistema imunológico, que é o nosso sistema de defesa”, ressalta.
A Coronavac ainda não tem autorização para uso definitivo no Brasil
Com a segunda dose, explica o professor, se conclui o treinamento das nossas células de defesa. “Essa questão é estabelecida há quase 100 anos. Para a maioria das vacinas que temos em uso, não só contra a Covid- 19, é necessário a segunda dose da vacina. A Pfizer foi taxativa: tem que ter as duas doses para alcançar a eficácia observada nos estudos clínicos, que foi acima de 90%. A Oxford também foi taxativa com a vacina da Astrazeneca. Segundo eles, quando você toma segunda dose o seu corpo chega produzir 10 vezes mais anticorpos. A Coronavac a mesma coisa”, destaca Diego Tanajura.
A vacina Jansen, de dose única, já foi aprovada e chegará ainda esse mês ao país
Efeitos colaterais
Segundo o professor da UFS, o argumento das reações adversas não devem ser pretexto para não ser imunizado. O professor lembra que efeitos colaterais são bastante comuns em praticamente todas as vacinas, não só a da Covid-19. “A maioria se enquadra como reação leve, uma dor no local da aplicação, dor de cabeça, dor no corpo, ou um leve quadro febril. Essas são as reações mais comuns que as vacinas podem provocar. São reações que não colocam a vida da pessoa em risco”, explica.
“Eu entendo que é melhor você tomar a vacina, ter alguma reação leve, que não tomar a vacina, acabar se infectando com o Sars-Cov-2 e parar no hospital, ser intubado ou até morrer. A vacina contra o tétano, por exemplo, pode dar dor no local da aplicação. A vacina contra a tuberculose, a BCG, causa uma pequena lesão no braço e depois essa lesão vira uma eterna cicatriz. A vacina da gripe pode dar dor no local e também um quadro de febre. Portanto, são reações leves que todas as vacinas podem provocar”, finaliza Diego Tanajura.