A baixa adesão à vacina bivalente em Sergipe e no Brasil – menos de 30%, muito aquém dos 95% necessários para alcançar a imunidade coletiva – acendeu uma luz de alerta sobre os riscos do aumento de casos de Covid-19 no país. Esse cenário está sendo monitorado por autoridades sanitárias e o impacto sobre o sistema de saúde está sendo cuidadosamente  avaliado.

Dados recentes indicam uma redução significativa na taxa de vacinação em todo o Brasil, atribuída a vários fatores, incluindo hesitação vacinal, desinformação e complacência após a redução anterior dos casos. Em Sergipe, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), foram aplicadas até o dia 17 de janeiro 344.053 doses da vacina bivalente, um número considerado muito baixo para uma população de 2.188.695 habitantes.

Lysandro Borges: “Se a adesão à vacinação não melhorar, podemos enfrentar novas ondas de infecção”

A diminuição na vacinação pode levar a um aumento de casos graves e hospitalizações, sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde. Além disso, permite a circulação do vírus, aumentando o risco de surgimento de novas variantes. “As cepas XBB, JN1 e BA 2.86 são as que mais assustam pela alta virulência e escape vacinal”, alerta o farmacêutico, cientista e professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Lysandro Borges.

O Brasil enfrenta um momento crítico na luta contra a Covid-19, exigindo uma ação urgente para reverter a tendência declinante na adesão à vacinação e conter o aumento da doença. Segundo dados da Vigilância Epidemiológica estadual, durante todo o ano de 2023 foram confirmados 6.623 casos da doença em Sergipe. Até o dia 13 de janeiro deste ano já são 1.222 casos.

Lysandro Borges alerta para a necessidade de se implementar estratégias eficazes de comunicação em saúde pública, campanhas de conscientização e acesso facilitado às vacinas. “O futuro da pandemia depende de vários fatores, incluindo o comportamento do vírus, a adesão às medidas de saúde pública e a cobertura vacinal. Se a adesão à vacinação não melhorar, podemos enfrentar novas ondas de infecção e cepas que escapem totalmente das vacinas o que pode gerar uma nova onda de casos e óbitos, exatamente o que lutamos para evitar”, aponta.

FOTO: Drª Mariela Cometki: “é preciso campanhas educativas para manter uma boa cobertura vacinal, principalmente na população de maior risco”

Educação

A médica infectologista Drª Mariela Cometki entende que, como toda doença infectocontagiosa viral de transmissão respiratória e por contato, a Covid-19 veio para ficar. Ela compara a doença à gripe suína ou espanhola, que fizeram muitas vítimas em períodos específicos e foram controladas com vacinação, embora nunca deixassem de existir.

Assim como o professor Lysandro Borges, Drª Mariela também defende campanhas educativas para incentivar a vacinação. “É preciso que o poder público esteja com radar atento, mantendo controle e epidemiologia para o aumento do número de casos, principalmente relacionado a novas cepas em que escapem a proteção vacinal vigente. Bem como o incentivo e campanhas para manter uma boa cobertura vacinal, principalmente na população de maior risco”, afirma.

Como a influenza, a Covid-19 se tornou endêmica e com menor letalidade, dificultando seu diagnóstico diferencial, já que todas as síndromes gripais têm praticamente os mesmos sintomas. Por isso, a médica infectologista avalia que é preciso estar atentos aos sintomas de gravidade e controle das doenças de base e o fortalecimento da imunidade.

“Todos nós sabemos o que fazer: vacinação, diminuição de circulação e contato com pessoas com qualquer sintoma. O uso de máscara pelo sintomático deve ser item essencial, isso diminuiu drasticamente a transmissão, associado a boas práticas de higienização das mãos”, conclui a médica.

 

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