O ministro citou pesquisas que mostram desigualdade no Judiciário

Por André Richter – Repórter da Agência Brasil – Brasília

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, disse hoje (7) que o racismo estrutural está disseminado na sociedade brasileira. Toffoli participou da abertura do seminário Questões Raciais e o Poder Judiciário, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que também é presidio por ele. 

Durante discurso de abertura, Toffoli citou pesquisas que mostram que os níveis de vulnerabilidade social da população negra são maiores, incluindo a desigualdade no mercado de trabalho e no próprio Judiciário. 

“O racismo estrutural está disseminado na sociedade brasileira. Muitas vezes não existe uma vontade deliberada de discriminar, mas se fazem presentes mecanismos que dificultam a participação da pessoa negra no espaço de poder”, afirmou. 

Segundo o ministro. uma pesquisa realizada em 2018 pelo CNJ mostrou que apenas 18% dos juízes se declararam negros ou pardos. Do total de juízas existentes, apenas 6% se declararam negras.

‘É preciso corrigir esse cenário, promovendo a plena e efetiva igualdade de direitos entre negros e não negros. O Poder Judiciário brasileiro permanece atento as demandas por igualdade da população negra”, disse. 

De acordo com o presidente do STF, a Constituição determina que a igualdade deve ser alcançada por todas as instituições públicas e privadas. “A Constituição de 1988 agrega como um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de descriminação”.

Em seguida, o procurador-geral da República, Augusto Aras, destacou a importância da realização do seminário e disse que o debate é uma oportunidade de reflexão sobre o racismo estrutural e institucional nos órgãos de Justiça e no Ministério Público. 

“A história brasileira registra reiterados exemplos de exclusão de grupos, cujas consequências perduram no tempo. A escravidão de negros e índios no Brasil é certamente uma dos mais graves exemplos e que até hoje exige esforços do Estado e da sociedade no combate as desigualdades que gerou, evidenciadas no contexto epidêmico em que vivemos”, afirmou.

Edição: Aline Leal

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

  • Prefeitura de Aracaju planeja mês intenso para celebrar o aniversário da cidade

    A prefeitura de Aracaju criou a comissão para dar início [...]

  • Ministro do STJ é homenageado com Título de Cidadania Sergipana

    Foi realizado no auditório do Tribunal de Justiça do Estado [...]

  • Fies Social: inscrições começam no dia 4 de fevereiro

    Fies Social reserva 50% das vagas para estudantes com renda [...]

  • Lacen realizou mais de 400 mil testes para vigilância laboratorial em Sergipe durante 2024

    O Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen), unidade [...]

  • Equipe da Secretaria do Turismo de Aracaju visita Memorial de Sergipe

    A equipe que compõe a gestão da Secretaria Municipal do [...]