*Por Evelyn Mateus

Na parte inicial e final do esôfago estão localizados os esfíncteres esofágicos, superior e inferior, respectivamente. Compostos por músculos em formato anelar, fazem seu relaxamento, ao entrar em contato com alimentos e líquidos, e contração após passagem do bolo alimentar, para impedir que o conteúdo gástrico retorne à boca. Quando esses esfíncteres não funcionam adequadamente, acontece o refluxo.

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) atinge principalmente crianças recém-nascidas, mas também é muito comum entre adultos, acometendo de 10 a 20% da população. Os sintomas mais frequentes são azia, isto é, sensação de ardência e queimação na região entre o abdômen e a garganta; regurgitação, ou seja, retorno de líquido ou alimento de consistência semi-pastosa à boca, não provocado por vômitos, e disfagia que é a dificuldade ao engolir certos alimentos. Outras queixas relatadas são afta, náuseas após as refeições, rouquidão, chiado e dor de garganta.

Alguns fatores contribuem para o surgimento do refluxo, dentre eles estão: ganho de peso, ingestão de alimentos gordurosos, consumo de bebidas com cafeína ou gás, ingestão de bebidas alcoólicas, tabagismo, ingestão de alimentos apimentados ou muito condimentados e uso de medicamentos anti-histamínicos ou antidepressivos.

Quando o retorno de enzimas e ácidos do estômago se dá de forma recorrente, há chances de progredir a doenças mais graves como esofagite, úlcera, estenose esofágica e até câncer de esôfago. O estômago tem capacidade de se proteger do seu próprio de pH baixo, porém como a estrutura do esôfago não é igual, esse líquido ácido que volta do estômago, acaba trazendo danos a sua mucosa. Sendo assim, é importante iniciar imediatamente uma reeducação alimentar e consultar seu médico para averiguar a necessidade de um tratamento farmacológico ou cirúrgico.

Manter o peso adequado, avaliar os medicamentos causadores, diminuir o uso de álcool e cigarro e dormir com a cabeça elevada, são algumas estratégias que diminuem o desconforto causado pelos sintomas. Porém, adquirir bons hábitos alimentares se faz indispensável para o tratamento da DRGE.

Confira abaixo algumas dicas:

  1. Evite ingerir líquidos junto às refeições;
  2. Mastigue bem e devagar os alimentos;
  3. Fracione as refeições no mínimo 6 vezes ao dia, a fim de evitar grandes volumes;
  4. Evite alimentos e bebidas que diminuem a pressão do esfíncter, tais como café, chá preto, suco laranja ou limão, refrigerante, pimenta, hortelã, menta, todos os tipos de frituras, etc.
  5. Evite alimentos gordurosos como calabresa, mortadela, bacon, queijos amarelos, carnes gordas e preparações fritas em geral.
  6. Prefira alimentos mais leves na última refeição do dia.
  7. Evite deitar-se logo após uma refeição.

* Evelyn Mateus – Nutricionista formada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Pós-Graduada em Nutrição Clínica e Esportiva pela FATELO

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