O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP) afirmou nesta sexta-feira (22) que na próxima reunião com líderes na Casa, na terça-feira (26), sairá a definição se o Senado terá uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) própria para apurar o rompimento da barragem em Brumadinho ou se terá uma comissão mista com a Câmara dos Deputados. Apesar de defender um colegiado misto, ele admitiu que a tendência é que cada Casa tenha sua própria CPI.

“Eu tenho conversado com os senadores e deputados para que a gente pudesse construir uma CPMI para dar uma resposta sobre pessoas que morreram vítimas de uma tragédia, que pelo que se conhece até agora, foram vítimas de descaso de uma empresa, mas há resistência por parte de senadores e deputados para a constituição da CPMI . Pedi aos líderes que façam suas indicações [ de membros] e na terça vou encaminhar se vamos instalar nossa CPI, ou se vamos esperar a sessão do Congresso para ler o requerimento de CPI Mista”, explicou durante café da manhã com jornalistas hoje, em Brasília.

Investigação sobre Eleição

Em relação às investigações sobre a possível fraude na eleição para a presidência do Senado, em 2 de fevereiro, na qual um voto duplicado anulou a primeira tentativa de votação do dia, Alcolumbre disse que o corregedor casa, senador Roberto Rocha ( PSDB/MA) está aguardando o apoio que foi solicitado no termo de cooperação entre  Polícia do Senado com a Polícia Federal para perícia nas imagens. Segundo o presidente do Senado, a PF tem um equipamento com maior resolução que pode ajudar a esclarecer o caso. O Senado também solicitou imagens ao SBT e à TV Globo que possam ajudar.

Caso fique comprovada a participação de algum senador no caso, o presidente esclareceu que Rocha pode sugerir uma punição ou pode encaminhar a investigação para o Conselho de Ética, cuja expectativa é que seja instalado na semana que vem ou logo após o carnaval.  

Denúncias

Davi Alcolumbre não quis comentar o fato do senador Ciro Nogueira (PP/PI) ser o principal alvo na manhã de hoje da operação “Compensação”, da Polícia Federal, que investiga crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro. Depoimentos prestados por colaboradores apontam repasses de R$ 43 milhões ao Partido Progressista, em pagamentos em espécie e doações oficiais, por intermédio do senador, em troca de apoio político do partido na campanha eleitoral para a eleição presidencial de 2014.

“Não posso, como presidente do Senado, acusar um senador. Eu posso como presidente do Senado pedir para os senadores terem posturas de senadores, trabalharem pelo Brasil , representem seus estados. Nesse sentido, minha posição como presidente do Senado é de autonomia de um Poder constituído, de independência de harmonia e de trabalho”, afirmou.

Fonte: Agência Brasil

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