Por André Carvalho – da Equipe CinformOnline 

Primeira mulher a ocupar, como interventora judicial, o cargo de Diretora Geral da Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia, a funcionária pública e enfermeira Márcia Guimarães fez uma verdadeira revolução em uma das unidades de saúde mais complexas do Estado de Sergipe. Após dois anos e quatro meses à frente da instituição, muitos foram os desafios e inúmeras são as conquistas obtidas ao longo deste período.

Hospital de Cirurgia passa por uma transformação

Caminhando pelo hospital é possível perceber as mudanças. Ambiente limpo, reformas em andamento e instalações recém inauguradas. Porém, uma mudança ainda mais importante é perceptível para quem circula pelos corredores do Hospital de Cirurgia: a satisfação estampada no rosto dos colaboradores. O semblante deles demonstra não apenas a alegria em trabalhar ali, mas o orgulho de fazer parte de uma equipe que é respeitada. Uma das conquistas mais celebradas pelos funcionários é salário pago em dia.

Mas, para chegar a este momento de sucesso, a caminhada foi árdua e cheia de obstáculos. Márcia assumiu a direção do Hospital Cirurgia em novembro de 2018 em um período bastante crítico. Um pouco antes, em agosto do mesmo ano, ela já havia sido indicada pelo Governo do Estado para ser co-gestora e encontrou o hospital com o fechamento completo da Unidade Cardiológica, com dois meses e meio sem fazer cirurgias cardíacas, com equipamentos danificados, prejudicando a realização de cirurgias.

“Havia também dívidas com cooperativas médicas que que já perduravam há anos. A oncologia estava com quimioterapia parada há mais de seis meses, radioterapia com aparelho quebrado e as cirurgias oncológicas em baixíssimo volume, sem alvará de licença sanitária há mais de três anos”, disse Márcia.

Segundo ela, tudo isso causava ao Sistema Estadual de Saúde uma grave situação de desassistência. “A questão administrativa, em termos de processos de trabalho, também era totalmente desestruturada, balanço patrimonial dos últimos dois anos sem realizar. A complexidade da situação era evidente”, afirmou.

Mediante um cenário tão desafiador, a gestora arregaçou as mangas, montou uma equipe competitiva, que tem a participação do renomado médico neurocirurgião Dr Rilton Morais, dentre outros, e começou então a definir metas e a traçar medidas de retorno das atividades que estavam paralisadas.

“Precisávamos voltar a cuidar com ciência e promover um sentimento de fraternidade entre todos. O grande desafio era inserir o Hospital de Cirurgia de volta aos valores que permearam sua fundação. Em dois meses, conseguimos reativar atendimentos, negociamos em todos os níveis da cadeia administrativa e assistencial, de colaboradores, fornecedores e prestadores”, comentou.

Desde o início da Intervenção Judicial, o hospital vem passando por uma grande reestruturação na gestão, na assistência aos pacientes, na aquisição de equipamentos e na melhoria da infraestrutura, sendo, inclusive, case de sucesso do Projeto de Reestruturação de Hospitais do Ministério da Saúde, através do Proadi-SUS, sendo acompanhado pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo – de outubro de 2018 a dezembro de 2020 – instituição hospitalar de excelência no país. O Hospital de Cirurgia participa, desde o início, do Projeto ONG Transparente do Ministério Público de Sergipe.

Márcia Guimarães observa que o avanço na melhoria dos processos e o aumento dos atendimentos fez com que o Hospital Cirurgia fosse bem notado. “A sociedade, os órgãos de controle e da justiça, bem como o

governador Belivaldo Chagas, os deputados federais e senadores, enxergaram o HC como um estabelecimento de saúde que está cumprindo sua missão. Com isso, a solidariedade aflorou e conseguimos recursos para implementar nosso projeto de reestruturação. Considero essa uma das maiores mudanças’, destacou.

Novo centro cirúrgico

 

Para chegar até aqui, Márcia Guimarães contou com a ajuda de parceiros, como a Universidade Tiradentes, Tribunal de Justiça de Sergipe, Instituto Banese, vários voluntários, empresas como a Fecomércio e a Lide, além da Bancada Sergipana em Brasília, através da liberação de emendas que possibilitaram reformar, completamente, vários setores do hospital, a exemplo do Ambulatório Geral; três alas de enfermarias; uma Unidade de Terapia Intensiva com 20 leitos; a Central de Processamento de Roupas e a lavanderia.

 

Além de ser a primeira mulher a comandar um dos maiores hospitais do Estado, Márcia Guimarães também entra para a história por estar à frente do HC durante uma pandemia. A unidade manteve os mesmos leitos de atendimento da primeira fase e pediu a colaboração da população. “É importante destacar que somos o hospital filantrópico de Sergipe que mais disponibiliza leitos para tratar pacientes com Covid-19, mas precisamos da ajuda da população mantendo as medidas de segurança para diminuirmos juntos a disseminação do vírus”, observou.

Retirar o tradicional Hospital de Cirurgia do fundo do poço, resgatando seus valores e salvando cada vez mais vidas, credenciou Márcia Guimarães como uma das grandes gestoras de Sergipe.

Vários setores foram reformados e leitos foram criados

Com um feito tão extraordinário, é inevitável a pergunta: quais os seus planos para o futuro? Ela responde com a mesma segurança das suas ações: meu plano é cumprir minha missão até o dia que me for delegada, buscando promover o fortalecimento da gestão dessa instituição para que os processos de trabalho sejam firmes e fortes, não se dobrando facilmente. Contribuir sempre, pois acredito que tudo que fazemos retorna em dobro. Então, vamos fazer sempre o bem”.

 

 

 

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